STF forma maioria para manter foro privilegiado mesmo ao deixar cargo
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STF forma maioria para manter foro privilegiado mesmo ao deixar cargo
Abril 12, 2024
Julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro André Mendonça
Porto Velho, RO - O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira (11), maioria de votos para ampliar o alcance do foro privilegiado. O presidente da Corte, ministro LuĂs Roberto Barroso, votou pela manutenção da prerrogativa de foro em casos de crimes cometidos no cargo e em razĂŁo dele, mesmo apĂłs a saĂda da função. O julgamento, entretanto, voltou a ser suspenso por um pedido de vista do ministro AndrĂ© Mendonça.
Em seu voto, Barroso concordou com o argumento do relator, ministro Gilmar Mendes, de que o envio do caso para outra instância quando o mandato se encerra gera prejuĂzo. “Esse sobe e desce processual produzia evidente prejuĂzo para o encerramento das investigações, afetando a eficácia e a credibilidade do sistema penal. Alimentava, ademais, a tentação permanente de manipulação da jurisdição pelos rĂ©us”.
Além de Barroso e de Gilmar Mendes, já haviam votado pela ampliação do alcance do foro privilegiado os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Barroso chegou a pedir vista para analisar melhor os autos e, por esse motivo, o julgamento foi retomado nessa sexta-feira.
Mesmo com o novo pedido de vista, de André Mendonça, os demais ministros da Corte têm até as 23h59 do dia 19 de abril para votar, caso queiram.
Entenda
A ampliação do alcance do foro especial foi proposta por Gilmar Mendes em resposta a um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). O parlamentar é suspeito de ter exigido, a servidores de seu gabinete, o depósito de 5% de seus salários em contas do partido, prática conhecida como rachadinha.
"Considerando que a prĂłpria denĂşncia indica que as condutas imputadas ao paciente foram praticadas durante o exercĂcio do mandato e em razĂŁo das suas funções, concedo ordem de habeas corpus para reconhecer a competĂŞncia desta Corte para processar e julgar a ação penal", decidiu Gilmar Mendes em seu voto.
O crime começou a ser investigado em 2013, quando Marinho era deputado federal. Depois disso, ele foi eleito vice-governador do Pará e, em seguida, senador, cargo que ocupa atualmente. Ao longo desse perĂodo, o processo foi alternado de competĂŞncia, conforme o cargo que Marinho ocupava.
O parlamentar defende que o caso permaneça no Supremo, uma vez que recuperou o foro privilegiado ao ter se elegido para o Congresso Nacional novamente.
Fonte: AG/BR
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