Lula retorna ao Brasil para tratar de exploração na foz do Amazonas após “desencontro” com Zelensky
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Lula retorna ao Brasil para tratar de exploração na foz do Amazonas após “desencontro” com Zelensky
Maio 22, 2023
Em visita ao Japão, Lula ponderou que ponto de prospecção fica em alto-mar e que moradores têm direito de explorar região para "sobreviver"
Porto Velho, RO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna ao Brasil, nesta segunda-feira (22/5), após um “desencontro” com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e com um imbróglio interno a resolver. Durante a participação na cúpula do G7, no Japão, o mandatário brasileiro defendeu que o país tem autoridade moral e “política” para liderar agendas de proteção ambiental, em meio a um embate sobre a exploração de petróleo próximo a foz do Rio Amazonas.
Em declaração a jornalistas em Hiroshima, na noite desse domingo (21), Lula sinalizou que não descarta a possibilidade de permitir a prospecção petrolífera na região. Após o Ibama barrar licença para a Petrobras perfurar poço exploratório no Amapá, a questão gerou disputa entre ambientalistas e desenvolvimentistas do governo, e deve resultar em alto custo político, seja qual for a decisão.
O chefe do Executivo federal defendeu que irá ponderar os riscos reais do pedido da Petrobras. A estatal pretende abrir um poço exploratório a 160 km da costa do Oiapoque, no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.
“Se extrair petróleo na foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto-mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, respondeu Lula a jornalistas, após coletiva de imprensa que encerrou a participação do Brasil na cúpula.
Momentos antes, durante a coletiva de imprensa, o petista já havia defendido que os brasileiros que vivem no local têm direito de explorar a área para “sobreviver”.
“Na Amazônia, moram 28 milhões de pessoas. E essas pessoas têm o direito de trabalhar, comer. Por isso, precisamos ter o direito de explorar a diversidade da Amazônia, para gerar empregos limpos, para que a Amazônia e a humanidade possam sobreviver”, frisou.
Embate no governo
Fontes do governo consultadas pelo Metrópoles, no entanto, avaliam que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem mais chances de levar a melhor.
Esse tipo de competição já aconteceu no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2007 e 2010. No passado, Marina perdeu a luta para a então ministra Dilma Roussef, que tocava o PAC e queria construir grandes hidrelétricas na Amazônia (e conseguiu). Marina acabou se demitindo e só se reconciliou de vez com Lula no ano passado, ao apoiá-lo na eleição e aceitar voltar ao Ministério do Meio Ambiente na atual gestão do petista.
Desta vez, apostam auxiliares do presidente, Marina está mais forte e deve levar a melhor no embate, ainda que o custo político para o governo seja alto. Afinal, o tema resvala em uma já cambaleante base de apoio de Lula no Congresso.
Os dois lados na disputa têm aliados, mas membros do governo e os parlamentares da base preferem não se expor publicamente, sabendo que estão pisando em um campo minado. Para além dos diretamente envolvidos, como Randolfe e Alcolumbre, são poucos os políticos da base que têm se manifestado.
Os setores do governo que defendem a exploração petrolífera na costa amazônica reconhecem que estão em desvantagem no momento, mas acham que esse jogo será longo e que há chances de uma virada futura que leve em conta fatores como a segurança energética do Brasil.
Fonte: Metropoles
Maio 22, 2023
Em visita ao Japão, Lula ponderou que ponto de prospecção fica em alto-mar e que moradores têm direito de explorar região para "sobreviver"
Porto Velho, RO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna ao Brasil, nesta segunda-feira (22/5), após um “desencontro” com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e com um imbróglio interno a resolver. Durante a participação na cúpula do G7, no Japão, o mandatário brasileiro defendeu que o país tem autoridade moral e “política” para liderar agendas de proteção ambiental, em meio a um embate sobre a exploração de petróleo próximo a foz do Rio Amazonas.
Em declaração a jornalistas em Hiroshima, na noite desse domingo (21), Lula sinalizou que não descarta a possibilidade de permitir a prospecção petrolífera na região. Após o Ibama barrar licença para a Petrobras perfurar poço exploratório no Amapá, a questão gerou disputa entre ambientalistas e desenvolvimentistas do governo, e deve resultar em alto custo político, seja qual for a decisão.
O chefe do Executivo federal defendeu que irá ponderar os riscos reais do pedido da Petrobras. A estatal pretende abrir um poço exploratório a 160 km da costa do Oiapoque, no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.
“Se extrair petróleo na foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto-mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, respondeu Lula a jornalistas, após coletiva de imprensa que encerrou a participação do Brasil na cúpula.
Momentos antes, durante a coletiva de imprensa, o petista já havia defendido que os brasileiros que vivem no local têm direito de explorar a área para “sobreviver”.
“Na Amazônia, moram 28 milhões de pessoas. E essas pessoas têm o direito de trabalhar, comer. Por isso, precisamos ter o direito de explorar a diversidade da Amazônia, para gerar empregos limpos, para que a Amazônia e a humanidade possam sobreviver”, frisou.
Embate no governo
Fontes do governo consultadas pelo Metrópoles, no entanto, avaliam que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem mais chances de levar a melhor.
Esse tipo de competição já aconteceu no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2007 e 2010. No passado, Marina perdeu a luta para a então ministra Dilma Roussef, que tocava o PAC e queria construir grandes hidrelétricas na Amazônia (e conseguiu). Marina acabou se demitindo e só se reconciliou de vez com Lula no ano passado, ao apoiá-lo na eleição e aceitar voltar ao Ministério do Meio Ambiente na atual gestão do petista.
Desta vez, apostam auxiliares do presidente, Marina está mais forte e deve levar a melhor no embate, ainda que o custo político para o governo seja alto. Afinal, o tema resvala em uma já cambaleante base de apoio de Lula no Congresso.
Os dois lados na disputa têm aliados, mas membros do governo e os parlamentares da base preferem não se expor publicamente, sabendo que estão pisando em um campo minado. Para além dos diretamente envolvidos, como Randolfe e Alcolumbre, são poucos os políticos da base que têm se manifestado.
Os setores do governo que defendem a exploração petrolífera na costa amazônica reconhecem que estão em desvantagem no momento, mas acham que esse jogo será longo e que há chances de uma virada futura que leve em conta fatores como a segurança energética do Brasil.
Fonte: Metropoles
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