'Vamos cumprir nossos planos', diz Putin em ato pró-guerra organizado pelo governo em estádio de Moscou - CORREIO CONTINENTAL

URGENTE

'Vamos cumprir nossos planos', diz Putin em ato pró-guerra organizado pelo governo em estádio de Moscou


'Vamos cumprir nossos planos', diz Putin em ato pró-guerra organizado pelo governo em estádio de Moscou
Março 18, 2022

Diante de dezenas de milhares de pessoas, presidente russo exalta 'operação especial' na Ucrânia

Porto Velho, RO - Diante de um estádio lotado, o presidente russo, Vladimir Putin, exaltou a chamada "operação militar especial" na Ucrânia, durante um grande evento organizado pelo governo em Moscou para celebrar os seis anos da anexação da Península da Crimeia, em 2014.

Enquanto dezenas de milhares de espectadores agitavam bandeiras russas no estádio Luzhniki, com capacidade para 80 mil pessoas, Putin prometeu que todos os objetivos do Kremlin seriam alcançados na guerra, que já dura mais de 20 dias e deixou milhares de mortos, e invocou até a Bíblia para justificar a invasão à Ucrânia.

— Sabemos o que precisamos fazer, como fazê-lo e a que custo. E cumpriremos absolutamente todos os nossos planos. Ombro a ombro, os soldados se ajudam, se apoiam e, quando necessário, se protegem das balas com seus corpos, como irmãos. Não existe amor maior do que dar a própria vida pelos verdadeiros amigos — disse Putin, parafraseando um versículo do Evangelho de João na Bíblia. — Essa união não tínhamos há muito tempo.

Na noite de quarta, o presidente russo havia feito um discurso em que chamou de "escória" e "traidores" os russos que se opõem à guerra e afirmou que eles "cuspidos como moscas" que entram acidentalmente na boca de uma pessoa.

O palco onde Putin falou estava decorado com slogans "Por um mundo sem nazismo" — o presidente russo vem batendo na tecla de que o atual governo ucraniano tem a participação de elementos neonazistas, e que parte do que considera ser sua missão na Ucrânia é a "desnazificação" de Kiev.

Na plateia, pessoas exibiam a letra Z, que passou a ser estampada em equipamentos das Forças Armadas russas e virou símbolo dos apoiadores da guerra. Do lado de fora do estádio, ambulantes distribuíam cachorro-quente de graça.

No discurso, em tom triunfalista, Putin disse ter salvado a Crimeia da "degradação e do abandono" e que a população da península, que havia sido cedida à Ucrânia no período soviético, "impôs um obstáculo ao nacionalismo e ao nazismo que continuam existindo em Donbass", região de maioria étnica russa no Leste da Ucrânia onde separatistas pró-Moscou combatem o Exército ucraniano..

Ele justificou a guerra falando do conflito separatista:

— Foram vítimas de ataques aéreos [em Donbass], e nós chamamos isso de genocídio. Evitar isso é o objetivo da nossa operação militar — acrescentou o presidente, em referência à invasão. — Estamos salvando a Ucrânia de todo o sofrimento.

Durante o discurso, a transmissão na TV pública russa Rossiya-24 foi interrompida e o presidente desapareceu repentinamente enquando elogiava o heroísmo dos soldados russos. O canal começou a mostrar outros momentos do mesmo evento, discursos oficiais e canções populares. Quinze minutos depois, a emissora retomou a transmissão da intervenção do presidente russo com "delay".


Ataque com seis mísseis de cruzeiro provavelmente veio do Mar Negro

Citado pela agência de notícias RIA, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que uma falha no servidor causou a interrupção. Mais tarde, foi ao ar o discurso completo, que terminou alguns segundos após o corte com Putin deixando o palco, bastante aplaudido.

Antes do discurso, o hino nacional da Rússia ecoou nas arquibancadas do estádio, usado na Copa do Mundo de 2018, juntamente com sucessos pop mais modernos. A cantora russa Polina Gagarina, que concorreu ao festival Eurovision, cantou Cuckoo, da banda de rock soviética Kino. Apos a invasão da Ucrânia, a Rússia foi banida da competição.

Outra estrela pop russa, Oleg Gazmanov, cantou uma música sobre oficiais do Exército russo. Também foi lida a poesia pan-eslava de Fyodor Tyutchev, cujos versos alertam os russos de que "sempre seriam considerados escravos do Iluminismo pelos europeus".

Max Seddon, jornalista do Financial Times em Moscou, disse no Twitter ter ouvido muitos relatos de funcionários do governo sendo levados de ônibus ao ato.

— Eles nos colocaram em um ônibus e nos trouxeram até aqui — contou uma mulher ao canal independente Sota.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário