Decisão do STF de não mudar a lei da ficha limpa tira Ivo Cassol da disputa ao Governo - CORREIO CONTINENTAL

URGENTE

Decisão do STF de não mudar a lei da ficha limpa tira Ivo Cassol da disputa ao Governo



Decisão do STF de não mudar a lei da ficha limpa tira Ivo Cassol da disputa ao Governo
Março 10, 2022



Porto Velho, RO - Horas antes da decisão, havia otimismo entre os cassolistas. Nove em cada dez, tinham convicção de que a maioria dos ministros do STF iria acatar o recurso do PDT, que pedia uma revisão da Lei da Ficha Limpa. A argumentação básica era de que, pela lei em vigor, a contagem dos anos de perda dos direitos políticos não contava a partir da condenação, mas sim só depois de que todos os recursos estivessem esgotados.


Há casos em que um político condenado a perda de oito anos dos direitos políticos, cumpre um período que pode chegar a 15, 18 e até 20 anos. A expectativa inicial, bastante positiva entre os apoiadores do ex-senador e ex-governador, contudo, durou pouco tempo.


Com apenas dois votos de diferença (o ministro Tofolli não participou e o resultado final foi de 6×4, ou seja, mais um indicaria empate e há quem diga que Tofolli seria favorável à ADI) por maioria, os componentes do Supremo não aceitaram as argumentações do partido e nem dos advogados, que, aliás, não puderam falar antes do voto final dos membros do tribunal.


Ficou decidido que nem Cassol, nem Natan Donadon e nem qualquer outro dos 65 políticos brasileiros na mesma situação e que aguardavam o resultado, ansiosos, podem disputar a eleição deste ano. Foi um balde de água fria no grupo que estava pronto para começar a levar o nome do seu líder político a todo o Estado.


Cassol, aliás, já estava preparado para o embate e tinha até escolhido seu candidato a vice, embora o nome tenha sido mantido num segredo de sete chaves. A decisão, aguardada há longo tempo, mantém o quadro eleitoral do Estado como estava se desenhando até agora, já que o nome de Cassol ainda não estava no contexto dos que poderiam concorrer ao Governo.

Quem se beneficia com essa decisão do STF? Num primeiro momento, acredita-se que possa ser o governador Marcos Rocha, na medida em que ele e Cassol já tem alguma proximidade, graças também à intermediação feita pela deputada federal e agora candidata ao Senado, Jaqueline Cassol, irmã do ex-governador. Ambos têm em comum, também, o apoio total à tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.


O maior problema é que, fora da disputa, Cassol tem dito a amigos mais próximos que não se envolveria na eleição deste ano, caso não fosse autorizado pelo STF. Portanto, se ficar mesmo afastado, o e-governador não apoiaria nenhum candidato, incluindo-se aí o senador Marcos Rogério e o deputado Léo Moraes, este, tentando, como o fez nesta quarta, em Brasília, se aproximar do MDB.


A verdade é que tudo muda no quadro sucessório, com a decisão, até certo ponto surpreendente, dos ministros do STF. Neste momento, cinco nomes continuam aparecendo como muito prováveis concorrentes ao Palácio Rio Madeira/CPA: Marcos Rocha, Léo Moraes, Marcos Rogério, Vinicius Miguel e Anselmo de Jesus. Cassol seria o sexto elemento, entre este grupo de candidaturas viáveis, mas, infelizmente, para seu grande grupo político e seus apoiadores, não poderá estar na batalha eleitoral deste 2022.

O MDB DOS 22 PREFEITOS E 94 VEREADORES SE TRANSFORMOU NA NOIVA DO ANO


Neste momento e depois da decisão do STF, cresce a importância do MDB do Estado que, aliás, já vem sendo cortejado há bastante tempo por vários candidatos e se torna uma espécie de noiva mais cobiçada nestes tempos de pré-eleição. Com seus 22 prefeitos e 84 vereadores, o partido se espalha por todas as regiões de Rondônia e é uma força até agora inigualável no interior.


O presidente regional, o deputado federal Lúcio Mosquini, tem sido procurado tanto pelo governador Marcos Rocha e seu chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, quanto pelo senador Marcos Rogério e, muito mais, pelo deputado Léo Moraes. As conversas têm andado, mas, até agora, o martelo não foi batido. Como o MDB nacional decidiu não formalizar nenhuma federação com nenhum partido, isso também liberou os acordos regionais, colocando os emedebistas numa posição em que pode ser o fiel da balança em vários Estados, incluindo Rondônia.


Léo Moraes e Marcos Rogério já teriam proposto a Lpucio Mosquini uma candidatura ao Senado, com apoio de seus grupos políticos, mas o parlamentar continua afirmando que sua meta é a reeleição à Câmara Federal. As conversas com o grupo político do Palácio Rio Madeira/CPA também têm sido intensas e bastante produtivas. Neste momento, ao que parece, todos os principais postulantes ao Governo querem ter o MDB ao seu lado. Por enquanto, o martelo não foi batido e nenhum acordo fechado.

Nenhum comentário